Tratamentos

Terapia Celular

A terapia celular é um ramo da medicina que utiliza células humanas para tratar doenças e lesões no corpo, essa abordagem aproveita a habilidade das células para regenerar tecidos danificados, melhorar o funcionamento dos órgãos e tratar condições médicas, incluindo o câncer.
Car-T Cell

O que é?

A terapia celular é um ramo da medicina que utiliza células humanas para tratar doenças e lesões no corpo, essa abordagem aproveita a habilidade das células para regenerar tecidos danificados, melhorar o funcionamento dos órgãos e tratar condições médicas, incluindo o câncer.

As células usadas na terapia celular podem ser obtidas do próprio paciente (Autólogas) ou de doadores compatíveis (Alogênicas). Essas células podem ser células-tronco, células do sistema imunológico ou outras especializadas, dependendo da condição médica em tratamento.

A terapia celular é uma área em constante desenvolvimento, trazendo novas perspectivas no tratamento de doenças hematológicas, cânceres, lesões musculoesqueléticas e doenças autoimunes. Consulte sempre um profissional especializado para entender melhor como a terapia celular pode ser aplicada no seu caso específico.

 

TMO autólogo

O transplante de medula óssea autólogo, também chamado de quimioterapia em altas doses com resgate de células-tronco hematopoiéticas, é uma opção de tratamento para pacientes que enfrentam doenças hematológicas, como o Mieloma Múltiplo, Linfoma e algumas doenças auto imunes.

O procedimento é dividido em quatro etapas:

  1. Mobilização: Nessa etapa, o paciente recebe medicações que estimulam o aumento das células-tronco e as fazem migrar para a corrente sanguínea.
  2. Coleta: Durante essa fase, o paciente passa por um processo semelhante a uma doação de sangue, e através de um acesso calibroso, o sangue é centrifugado por uma máquina capaz de separar as células-tronco hematopoiéticas, que são, então, armazenadas e congeladas para uso posterior.
  3. Quimioterapia de Condicionamento: Quimioterapia intensiva, que visa aprofundar a resposta e destruir células tumorais residuais. Tem como efeito colateral a destruição das células-tronco da medula óssea. É por isso que a coleta prévia e o armazenamento dessas células se faz necessária no processo.
  4. Infusão de Células-Tronco Hematopoiéticas: Após a quimioterapia de condicionamento, as células coletadas anteriormente são infundidas no paciente. A missão dessas células é repovoar a medula óssea que foi danificada pela quimioterapia.

O período desde a infusão até a restauração da produção das células sanguíneas pelas células recém-infundidas leva aproximadamente de 10 a 14 dias. Durante esse período notamos diminuição das células do sangue (hemoglobina, leucócitos e plaquetas), o que pode aumentar o risco de infecções e sangramentos. Além disso, algumas complicações, como a mucosite, que se manifesta como úlceras na boca ou diarreia, podem ocorrer. Nessa fase, é crucial que os pacientes sejam acompanhados por uma equipe médica especializada, realizem exames regulares, recebam medidas preventivas contra infecções e suporte transfusional, se necessário.

Apesar da complexidade envolvida, esse tratamento está bem estabelecido na literatura médica há muitos anos e apresenta baixas taxas de mortalidade relacionadas ao procedimento. Oferece oportunidade de cura ou aumento da sobrevida sem doença para muitos pacientes que enfrentam doenças hematológicas desafiadoras.

 

TMO alogênico

O transplante de medula óssea alogênico é uma opção de tratamento curativo para condições médicas graves, como Leucemias, Síndrome Mielodisplásica, Linfomas, falências medulares, imunodeficiências hereditárias e hemoglobinopatias.

Neste procedimento, a medula óssea doente do paciente é substituída pela medula saudável de um doador. O doador pode ser idêntico ou ter 50% de compatibilidade (haplo-idêntico), aparentado (familiar) ou não aparentado (banco de medula óssea ou cordão umbilical).

Antes de iniciar o tratamento, tanto o receptor quanto o doador passam por uma avaliação médica abrangente para avaliar e minimizar possíveis riscos e complicações.

Com base no status da doença, nas condições clínicas do receptor e no tipo de transplante (HLA idêntico ou haplo-idêntico), é selecionado o regime de preparação (condicionamento).

O tratamento é dividido em quatro etapas:

  1. Seleção do Doador: Escolha cuidadosa do doador de acordo com compatibilidade, tipagem sanguínea e exames sorológicos.
  2. Coleta de Células-Tronco Hematopoéticas: As células-tronco podem ser coletadas através do sangue periférico, após o uso de medicamentos que estimulam a medula óssea a liberar essas células para o sangue, ou podem ser coletadas diretamente da medula óssea, localizada nos ossos da bacia, em um procedimento realizado no centro cirúrgico sob anestesia.
  3. Regime de Condicionamento: Esta etapa envolve o preparo do receptor para receber a nova medula saudável. Geralmente, inclui quimioterapia e/ou radioterapia, com o objetivo de destruir a medula óssea doente e reduzir a imunidade do receptor afim de possibilitar boa enxertia e evitar a rejeição da nova medula.
  4. Infusão de Células-Tronco Hematopoéticas: As células coletadas do doador são infundidas no receptor como uma transfusão sanguínea.

Após a infusão das células, o paciente pode apresentar efeitos colaterais relacionados à quimioterapia de condicionamento, como mucosite (úlceras na boca ou diarreia), queda nas células sanguíneas e a necessidade de suporte transfusional. Para evitar infecções, são administrados antibióticos e antifúngicos.

A adição de imunossupressores é fundamental nesta etapa para reduzir o risco de rejeição da medula recém-infundida. Em média, de 14 a 21 dias após a infusão das células, elas são capazes de repovoar a medula e iniciar a produção de células sanguíneas (enxertia).

Durante todo o processo, é essencial que o paciente seja acompanhado por uma equipe multiprofissional especializada, que esteja atenta a possíveis complicações, como a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH) ou a Doença Veno-Oclusiva (VOD), para uma identificação rápida e manejo adequado.

O transplante de medula óssea alogênico é uma opção de tratamento curativo para algumas doenças graves, mas envolve potenciais complicações e toxicidades específicas, Consulte sempre um profissional especializado para entender melhor como a terapia celular pode ser aplicada no seu caso específico.

 

CAR T

A terapia com células CAR-T, ou terapia com células T com receptor de antígeno quimérico, representa uma estratégia terapêutica de vanguarda no campo da oncologia, atualmente está indicado para Leucemias, Linfomas e Mieloma Múltiplo que não responderam a terapia convencional, incluindo o transplante de medula óssea.

Nesse tratamento, as células T do paciente são coletadas e geneticamente modificadas em laboratório para expressar receptores quiméricos (CARs). Esses receptores funcionam como um sistema de “chave e fechadura”, permitindo que as células T identifiquem e ataquem as células cancerígenas que expressam o antígeno-alvo.

Ela é composta por quatro etapas:

  1. Coleta das Células: Antes do tratamento, as células T do próprio paciente são coletadas através de um processo chamado leucaférese. Isso envolve a extração de sangue, semelhante a uma doação de sangue, para isolar as células T.
  2. Manufatura: As células T coletadas são geneticamente modificadas em laboratório para expressar o CAR. Isso envolve a introdução do gene do CAR nas células T, permitindo que elas identifiquem e ataquem células cancerígenas específicas.

As células T modificadas são então cultivadas e expandidas em laboratório para criar uma quantidade suficiente de células CAR-T para o tratamento.

  1. Linfodepleção: Envolve a administração de quimioterapia de baixa intensidade antes da infusão das células CAR-T. Essa quimioterapia tem o objetivo de reduzir o número de células T normais no corpo do paciente, criando espaço e reduzindo a competição entre as células T normais e as células CAR-T recém-infundidas. Isso aumenta a eficácia das células CAR-T no combate às células cancerígenas.
  2. Infusão das Células CAR-T: Após a preparação, as células CAR-T são infundidas no paciente. Isso geralmente ocorre em uma única infusão.

As células CAR-T infundidas, podem persistir no corpo por longos períodos, podendo combater o crescimento tumoral a longo prazo e, potencialmente, levar à cura em casos em que o tratamento convencional não é eficaz, oferecendo uma nova esperança para pacientes que enfrentam doenças oncológicas.

No entanto, é fundamental reconhecer que a terapia com células CAR-T não está isenta de riscos. Ela pode levar ao desenvolvimento de duas síndromes importantes, a síndrome de liberação de citocinas e a síndrome de neurotoxicidade associada a células imunológicas, ambas exigem uma monitorização rigorosa durante o tratamento.

A terapia com células CAR-T é um avanço emocionante no campo da oncologia, oferecendo novas perspectivas para o tratamento do câncer e potencialmente revolucionando a maneira como enfrentamos essa doença. Sempre consulte um profissional especializado para obter orientações sobre o uso dessa terapia em seu caso.

 

Terapia Celular e Tumores Sólidos

A terapia celular em tumores sólidos utiliza células do sistema imune com o propósito de combater as células cancerígenas. Diversas modalidades de terapias celulares estão sendo estudadas para tumores sólidos, vamos destacar três delas como exemplo:

  1. Terapia com TIL (Tumor-Infiltrating Lymphocytes): Nessa abordagem, linfócitos T que se infiltraram no tumor são coletados diretamente da lesão. Essas células são então cultivadas e expandidas em laboratório para aumentar tanto sua quantidade quanto sua potência. Posteriormente, as células TIL são reintroduzidas no paciente, onde têm a capacidade de direcionar e atacar seletivamente as células cancerígenas.
  2. Terapia com Células CAR-T: Células T do paciente são geneticamente modificadas para expressar um receptor de antígeno quimérico (CAR) que é direcionado a um antígeno específico encontrado nas células cancerígenas. Embora seja mais associada ao tratamento de cânceres hematológicos, a terapia com Células CAR-T também está sendo explorada em tumores sólidos.
  3. Terapia com TCR: A terapia com Receptor de Célula T (TCR) envolvem a modificação das células T do paciente para que possam direcionar antígenos específicos encontrados nas células tumorais. O TCR tem a capacidade de reconhecer uma ampla gama de antígenos, permitindo que as terapias de TCR sejam manipuladas para atacar diversos alvos em tumores sólidos.

No entanto, o tratamento de tumores sólidos com terapias celulares enfrenta desafios, como a complexidade do microambiente do tumor, a heterogeneidade dos antígenos tumorais e a supressão imunológica. Pesquisas estão em andamento para otimizar essas terapias e aumentar sua eficácia no tratamento de tumores sólidos. Sempre consulte um profissional especializado para obter orientações sobre o uso dessa terapia em seu caso. 

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