Tipos de câncer

Peritônio

O câncer no peritônio é um tipo de tumor raro e que pode se desenvolver ao longo de toda a membrana, presente no intestino, fígado, estômago e ovários, entre outros. Esse câncer atinge quase exclusivamente mulheres pós-menopáusicas. Saiba mais.
5 min de leitura
por: Grupo Oncoclínicas
Peritônio
O câncer no peritônio atinge quase exclusivamente mulheres pós-menopáusicas.

 O que é o câncer de peritônio?

O peritônio é a maior membrana do corpo: reveste o interior do abdome, abrangendo e protegendo todos os órgãos nele contidos (intestino, fígado, estômago e ovários, entre outros). Formado por células epiteliais, o peritônio produz um fluido que ajuda os órgãos a se moverem suavemente dentro do abdômen. 

O câncer de peritônio é raro e não é o mesmo que câncer intestinal ou de estômago. Também não deve ser confundido com cânceres que atingem o peritônio de forma secundária, após terem iniciado em outros órgãos.

O acometimento secundário do peritônio decorre da proximidade anatômica do peritônio com os órgãos abdominais, principalmente dos, o que pode levar a uma semelhança no comportamento e tratamento do câncer primário de peritônio e do câncer de ovário.

Esse tipo de câncer atinge quase exclusivamente mulheres após a menopausa (cerca de 70% das mulheres são diagnosticadas em idades avançadas). O câncer peritoneal pode ocorrer em qualquer parte do espaço abdominal.

 Subtipos de câncer de peritônio

Este tipo de tumor pode ser primário ou secundário, designações que se referem ao local de início do câncer e não tem relação com a gravidade.

  • Primário – o câncer peritoneal primário começa e se desenvolve no peritônio, afetando principalmente mulheres. Em homens é raro. O câncer peritoneal primário está intimamente relacionado ao câncer epitelial de ovário;
  • Secundário – o câncer peritoneal secundário começa em outro órgão, geralmente no abdome e, em seguida, células tumorais se implantam no peritônio. Normalmente, começa em ovários, trompas de Falópio, bexiga, estômago, intestino delgado, cólon, reto ou apêndice. Pode afetar homens e mulheres e é mais comum do que o câncer peritoneal primário.

Estima-se que entre 15% e 20% das pessoas com câncer colorretal desenvolverão metástases no peritônio, ao passo que de 10% a 15% dos pacientes com câncer de estômago tendem a se disseminar para o peritônio.

Sintomas e sinais do câncer de peritônio

Os sintomas do câncer no peritônio são vagos e, quando ocorrem, geralmente a doença encontra-se em maior volume. Muitos dos seguintes sinais e sintomas são causados ​​pelo acúmulo de líquido (chamado de ascite) no abdome:

  • Desconforto abdominal (indigestão, pressão, inchaço ou cólicas);
  • Sensação de saciedade mesmo após uma refeição leve;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Constipação;
  • Micção frequente;
  • Perda de apetite;
  • Ganho ou perda de peso inexplicável;
  • Sangramento vaginal;
  • Sangramento retal;
  • Falta de ar;
  • Aumento do volume abdominal.

Importante ressaltar que esses sinais e sintomas devem ser valorizados quando se tornam persistentes ou recorrentes, ou de intensidade moderada a forte.

Diagnóstico

Pode ser difícil detectar o câncer de peritônio nos estágios iniciais. Não raramente, o câncer de peritônio secundário é identificado durante a cirurgia para remover o tumor primário, como intestino, estômago ou ovários.

Após o exame clínico, o médico irá solicitar uma série de exames para definir um diagnóstico. Os principais são: 

– Exames de imagem – são úteis na avaliação de pacientes com sintomas sugestivos de carcinomatose peritoneal, que é o termo utilizado genericamente quando há câncer no peritônio, primário ou secundário. A tomografia computadorizada ou ressonância magnética do abdome e da pelve pode confirmar a presença de doença nova ou recorrente no peritônio. Também são feitos para avaliar a extensão da doença no abdome. O PET Scan tem menor acurácia para o estudo do peritônio, mas pode ser solicitado para avaliar se a doença em investigação acometeu tecidos ou órgãos fora do peritônio.

– Laparoscopia / Biópsia – a laparoscopia é o exame de escolha para confirmar o diagnóstico e determinar a estratégia terapêutica. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo em que, por meio de pequenas incisões, amostras do tumor são retiradas e encaminhadas ao patologista para confirmação microscópica do diagnóstico (biópsia). O fluido da cavidade abdominal também pode ser coletado para verificar a presença de células cancerosas. O procedimento é útil para avaliar a extensão da doença na cavidade peritoneal

– Exames laboratoriais – podem ser feitos exames de sangue para dosar substâncias que podem estar sendo produzidas pelo câncer de peritônio, como, por exemplo, o CA-125. Como o CA-125 pode estar alto por outros motivos, incluindo doenças benignas, o exame de sangue isoladamente não confirma o diagnóstico. 

-Tratamento 

A decisão sobre o melhor tratamento para o câncer peritoneal depende de fatores como o estágio e o grau do câncer, o tamanho e sua localização. Idade e saúde geral do paciente também contam.

Os tratamentos para câncer peritoneal incluem:

  • Cirurgia – além de contribuir para o diagnóstico, também pode remover tumores. Conforme os achados cirúrgicos, outros tecidos e órgãos podem ser removidos durante o procedimento.
  • Medicamentos – Seja através de quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo, os medicamentos que podem ser utilizados no tratamento do câncer peritoneal dependerão se estaremos diante de um câncer de peritônio primário ou secundário. Em casos selecionados, pode se infundir quimioterapia tanto venosa como no interior do peritônio, procedimento que é chamado de quimioterapia intraperitoneal. 
  • Radioterapia trata o câncer usando raios X de alta energia para destruir as células tumorais. Apenas raramente se utiliza a radioterapia no tratamento do câncer primário ou secundário do peritônio;

Prevenção

As causas do câncer primário de peritônio não estão bem definidas. Nos casos de câncer secundário do peritônio, células tumorais de outros órgãos chegam ao peritônio, onde se instalam e proliferam. As medidas preventivas são aquelas adotadas para os tumores causadores do acometimento secundário do peritônio, como ovários, intestino e estômago, por exemplo.

Fatores de risco que podem estar relacionados com o surgimento de câncer no peritônio em mulheres são uso de hormônios após a menopausa, presença de endometriose e obesidade.

Mulheres com risco de câncer de ovário também apresentam risco aumentado de câncer peritoneal. Isso é ainda mais provável se a paciente tiver as mutações genéticas BRCA1 e BRCA2. A idade avançada é outro fator de risco para câncer peritoneal.

Um fator evitável que aumenta o risco de tumores de peritônio é a exposição ao amianto (nome comercial do asbesto). Evitá-la, portanto, pode ser uma forma de prevenir a doença.

 

Compartilhe

Ou compartilhe o link
Link copiado para sua área de trabalho.

Tipos de câncer

Conheça a nossa série de conteúdos relacionado aos tipos de câncer.
Saiba mais
Clique aqui e fale direto com a OCPM