Tipos de câncer

Sarcomas de partes moles

Os sarcomas de partes moles podem atingir todo o corpo humano, como músculos, ossos, vasos sanguíneos, tendões, cartilagem e células de gordura. São raros e a maior parte não tem fator de risco conhecido. Saiba mais.
6 min de leitura
por: Grupo Oncoclínicas
Sarcomas de partes moles
Os sarcomas de partes moles são raros e podem atingir todo o corpo, como músculos, ossos, vasos sanguíneos, tendões, cartilagem e células de gordura.

O que são sarcomas de partes moles

Sarcomas são um grupo heterogêneo de tumores que engloba três grandes grupos: partes moles, ossos e GIST (tumor do estroma gastrointestinal). 

Os sarcomas de partes moles são tumores raros que se originam em “tecidos moles” como músculos, ossos, tendões, vasos sanguíneos, células de gordura e cartilagem – e, por isso, podem afetar qualquer parte do corpo.

Existem cerca de 100 subtipos de sarcomas, mas eles são raros e representam menos de 2% de todos os cânceres na idade adulta. No Brasil, há poucos estudos epidemiológicos sobre a doença, mas a comparação de dados regionais com bancos de dados internacionais mostra que a incidência e prognóstico destes tumores é semelhante no país e no resto do mundo.

Cerca de 50% dos sarcomas de partes moles se originam em braços e pernas, 40% em tronco e 10% em cabeça e pescoço. O trato digestivo também pode ser acometido, assim como a parte posterior do abdômen (retroperitônio) e o sistema reprodutor feminino (sarcomas ginecológicos).

Suas causas são desconhecidas na maioria dos pacientes, embora uma pequena porcentagem de casos seja relacionada a fatores como síndromes genéticas hereditárias (tais como neurofibromatose ou doença de von Recklinghausen, síndrome de Gardner, síndrome de Li-Fraumeni, retinoblastoma, síndrome de Werner, síndrome de Gorlin e esclerose tuberosa), enfraquecimento do sistema imunológico em razão de infecção por HIV e exposição à radiação e a agentes químicos.

Subtipos de sarcomas de partes moles

Os subtipos mais relevantes entre os sarcomas de partes moles são:

Subtipos de sarcomas de partes moles

Os subtipos mais relevantes entre os sarcomas de partes moles são:

  • Angiossarcoma – tumor maligno que pode se desenvolver a partir do revestimento interno dos vasos sanguíneos (em qualquer parte do corpo, mas comumente da pele, mama, fígado, baço, tecidos profundos). Estes tumores estão associados à exposição à radiação e podem ter início em áreas submetidas à radioterapia para curar outras doenças, como o próprio câncer sarcoma das partes moles;
  • Tumor desmoplásico de pequenas células redondas – sarcoma raro que ocorre em adolescentes e adultos jovens. É encontrado com mais frequência no abdômen;

 

  • Sarcoma epitelioide – a maior parte se desenvolve em tecidos sob a pele das mãos, antebraços, pés ou pernas. É mais frequente em adolescentes e adultos jovens;
  • Lipossarcomas – tumores malignos do tecido adiposo (células de gordura), eles podem se desenvolver em qualquer parte do corpo, mas são mais frequentes nas coxas, na região abaixo dos joelhos e no interior do abdômen;
  • Rabdomiossarcoma – tem origem nas células que fazem os músculos esqueléticos. É o tipo mais comum de sarcoma de partes moles observado em crianças;
  • Dermatofibrossarcoma protuberante – origina-se em camadas profundas da pele, geralmente no tronco ou membros. Cresce em tecidos próximos e raramente se espalha para locais distantes;
  • Fibromatose desmoide – tumor de crescimento lento e constante. Raramente se espalha para locais distantes, mas tem potencial de agressividade local;
  • Sarcoma pleomórfico: subtipo mais frequente de sarcoma em adultos. Origina-se principalmente em membros inferiores;
  • Leiomiossarcoma: tem início em células chamadas de músculos lisos, responsáveis por contração involuntária dos músculos, que são encontradas em órgãos e vasos. Isso significa que podem se originar em qualquer parte do corpo, sendo o estômago, membros e útero os sítios mais comuns; 
  • Tumor estromal gastrointestinal (GIST): é um tumor que tem origem nas células de Cajal, um grupo de células presentes na parede dos órgãos do trato gastrointestinal e responsáveis pela motilidade intestinal (dando sinais para que os músculos movimentem líquidos e alimentos pelo trato gastrointestinal). Esse tumor pode se originar em qualquer local do trato gastrointestinal, do esôfago ao ânus.
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Sintomas de sarcomas de partes moles

Os sintomas dependem do tipo de sarcoma de partes moles e do local afetado. Geralmente, o primeiro sinal é uma nodulação indolor. Tumores a partir de 5 cm devem ser considerados suspeitos e avaliados por um profissional experiente. 

Em geral, os sarcomas de partes moles são assintomáticos em suas fases iniciais. À medida que o tumor nas partes moles se desenvolve, nota-se o aumento no volume da área acometida, assim como possível edema e alteração na sensibilidade local. Dores surgem quando o tumor cresce e pressiona os nervos – nestes casos, pode haver a manifestação de dificuldade motora.

Os tumores que partem do trato digestivo podem causar sangramento nas fezes, vômito e anemia, além de dores abdominais.

Diagnóstico de sarcomas de partes moles

O diagnóstico de sarcomas de partes moles começa com o exame físico a partir da observação de alguns dos sintomas. Exames de sangue são realizados para ajudar a detectar a doença, e os exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-TC, podem ser necessarios  para avaliar o  tumor e mensurar r tanto a extensão da doença local quanto se existe disseminaçaopara outras partes do corpo (as chamadas metástases).

Após a análise de imagem, o diagnóstico é fechado por meio de biópsia, que consiste na retirada de uma amostrado tumor e análise em laboratório para confirmação do subtipo, grau de agressividade e características moleculares que possam ajudar no tratamento.

Tratamento

A baixa incidência, seu amplo espectro de subtipos, comportamentos biológicos e ubiquidade tornam o manejo dos sarcomas de partes moles desafiador. Por isso, o tratamento deve ser feito em um ambiente multidisciplinar, com equipes de especialistas experientes. 

O tratamento depende do tipo, tamanho e local do tumor e pode utilizar as três modalidades mais comuns em oncologia:

Para tumores localizados – aqueles que não se disseminaram para outros órgãos ou tecidos –, a cirurgia de retirada da lesão é sempre preconizada quando factivel. . Quimioterapia e radioterapia podem ser usadas antes (como neoajuvantes) ou depois (adjuvantes) da cirurgia, com o objetivo de aumentar a chance de cura ou diminuir o risco de recidiva (volta do tumor).

Já em sarcomas localmente avançados ou metastáticos, o tratamento principal é o sistêmico, baseado em quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo. A escolha das medicações depende do tipo de tumor e das condições clínicas do paciente. 

Em alguns casos, radioterapia e cirurgia podem ser usadas para controlar os sintomas e as metástases.

O tratamento é um percurso que, além de medicamentos, cirurgia e radioterapia, inclui consultas regulares com exames de sangue, de imagem e avaliação clínica pelo médico. A frequência e a duração do tratamento são avaliadas individualmente.

Sempre que possível, a opção de participar de um estudo clínico deve ser avaliada. Os estudos clínicos são importantes porque tentam encontrar novos tratamentos para o câncer e testar sua eficácia e segurança em comparação aos tratamentos já existentes. Pacientes que fazem parte de um estudo clínico podem receber o tratamento padrão ou serem os primeiros a usar novas opções terapêuticas, melhorando o tratamento e entendimento sobre o câncer.

Prevenção

A maior parte dos sarcomas de partes moles não tem fator de risco conhecido, o que torna difícil a prevenção. Não existe um exame de rotina que ajude a detectar a doença.

Para quem é portador das síndromes genéticas hereditárias relacionadas à doença, exames de rastreio regulares podem ajudar no diagnóstico precoce desses tumores e resultar em maior chance de cura no tratamento. O aconselhamento genético por especialista se faz fundamental.

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